13/07/2011


Eterno Retorno segundo Nietzsche

Com o Eterno Retorno Nietzsche questiona a ordem das coisas. Indica ,um mundo não feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de faces complementares de uma mesma—múltipla, mas única—realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias complementares da realidade - instâncias que se alternam eternamente. Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Ou seja, considerando-se o tempo infinito e as combinações de forças em conflito que formam cada instante finitas, em algum momento futuro tudo se repetirá infinitas vezes. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente.
Outras observações importantes a respeito do Eterno Retorno são suas relações com o Amor fati e a vontade de potência. Detenhamo-nos ligeiramente no Amor fati -- Amor ao destino.

Um comentário:

Amo pensar disse...

Segundo Nietzsche
O conceito do Eterno Retorno, em decorrência da origem cristã do filósofo, pode ser considerado um semi-plágio do "nada se repete debaixo do sol" profetizado por Salomão, levando a uma indagação sobre a vida: amamos ou não amamos a vida? Se tudo retorna - o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza, a pequenez — se tudo isso retorna, isto é um dom divino ou uma maldição? Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino? - Eis a grande indagação que é o Eterno Retorno.

JORNAL DO PAULO OCTÁVIO

JORNAL DO PAULO OCTÁVIO 2ª EDIÇÃO from Profº. Célio